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Hipertensão Arterial

Hipertensão Arterial

6 meses atrás


Hoje o tema será sobre a Hipertensão arterial (HA).

A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma das doenças que mais afetam a população. Anualmente, novos casos aparecem, e independente do sexo ou idade, e essa doença de caráter insidioso, pode encurtar a vida útil da população, por comprometer órgãos e sistemas vitais ao organismo humano.

É uma doença crônica que, se caracteriza, pela elevação nos níveis da pressão sanguínea nas artérias. Na fórmula para determinar a pressão arterial (PA), que estudamos no curso de Medicina, leva-se em consideração a resistência vascular periférica (RVP) que é multiplicada pela freqüência cardíaca. Ou seja, se houver uma resistência dos vasos sanguíneos periféricos, no caso de aterosclerose, há pressão alta. Por outro lado, havendo uma freqüência cardíaca acima da média, como no stress, ansiedade, distúrbios emocionais, também a pressão será alta. Se, juntarem-se os dois fatores, a PA será altíssima. Em média para um adulto, a PA fica em torno de 130 X 80 mmHg. Esses valores são o suficiente para o coração conseguir enviar sangue com boa oxigenação, para capilares da ponta dos pés até a ponta do couro cabeludo. Valor acima desses índices, salvo condições especiais, já está caracterizado a hipertensão arterial.

A PA em uma criança é bem menor que a do adulto. Por quê? Lembra da fórmula? A resistência vascular na infância é muito baixa. Então, a freqüência cardíaca precisa ser mais alta, e o é, para manter os níveis de PA entre 80X40 ou bem próximo a isso.

Em todos os serviços de Cardiologia ou Unidades Coronarianas as condições hemodinâmicas são muito bem observadas. Porque as doenças cardiovasculares são as que mais causam óbitos ou condições debilitantes para as pessoas.

A HA é tratável e muitos fatores corroboram para sua instalação, permanência e até seu desaparecimento.

Digamos que temos um paciente obeso, sedentário, com vícios em bebidas alcoólicas ou tabagismo. Notamos que o álcool endurece os vasos do sangue, aumenta a resistência vascular. Portanto, aumenta a PA. O tabagismo também causa problemas arteriais, ou seja, vascular. Aumenta a pressão. O sedentarismo vai alterar as condições hemodinâmicas, aumenta a PA. E esse aumento da pressão interfere na irrigação do sangue com oxigênio para órgãos ou sistemas importantes para o organismo e para a vida.

Então, se faltar sangue oxigenado no cérebro, pode surgir isquemia cerebral, dar um AVC (acidente vascular cerebral). Se faltar no coração, vai ocorrer o infarto. Se faltar nos rins, pode levar à insuficiência renal.

Existem hoje em dia, campanhas de conscientização sobre o problema. E a população deve ser a primeira a querer ter esse conhecimento, pois certamente, todos conhecem alguém que padece deste mal. Por ser uma doença multifatorial, sua abordagem também pode e deve ser ampla. Equipe multiprofissional pode atuar nessa frente.

Médicos, enfermeiros, terapeutas, educadores físicos, farmacêuticos, nutricionistas estão envolvidos para prestarem os melhores esforços e para controlarem esse problema de saúde pública.

Em termos gerais, além das várias medicações que são muito utilizadas, deve-se atentar para a importância em ter uma alimentação com baixo teor de sal e gorduras. Aumentar a ingestão de frutas, verduras legumes. Fazer caminhadas ao ar livre, pelo menos 150 minutos por semana. Desenvolver um lazer ou hobby que lhe dê paz de espírito. Diminuir ou até abolir o uso de cigarros e álcool, diminuir os alimentos altamente processados devido à sobrecarga de sódio e que pode provocar falência nos rins, são medidas que ajudam em muito na prevenção e até no tratamento do mal do século.

Evite a automedicação. Procure o serviço médico se sentir que pode estar desenvolvendo a hipertensão arterial. O tratamento feito de maneira adequada aumenta a qualidade de vida!

 

Dra Marcia Aparecida Picolli – Médica Pediatra – Nutróloga no CRSMCA